sábado, 8 de outubro de 2011

Aforismo 141

Até então Nietzsche trata do cristianismo, o qual, para ele, é baseado numa psicologia falsa, do sentimento de culpa. Para o cristianismo os santos são de poderes, fazem milagres; para os antigos tudo isso é inexplicado. Pouco antes deste aforismo, Nietzcshe fala do santo e do asceta, sobre o domínio; eles dominam a natureza interior, ocorrendo uma tirania do seu próprio ser, que no fundo visa o domínio de si mesmo; para Nietzsche o santo tem um espírito forte. Não critica o budismo, por eles terem uma natureza mais tranquila; o santo é mais selvagem, é ambicioso (unir-se a Deus); o asceta nutre vingança e raiva e querem descarregar.

No cristianismo o pecado grave pode levar ao inferno, mas a misericórdia traz a salvação. Nietzsche não leva a sério, diz ser falso, uma crença errada. E hoje somos inocentes a isso, o sentimento de culpa é que faz sentido.
Nietzsche critica a epidemia de viver; e surge o interesse pelo asceta. Santos e ascetas com este domínio de si, são capazes de dominar os outros.
"Sabe-se que a fantasia sensual é moderada ou quase suprimida pela regularidade das relações sexuais, e inversamente se torna desenfreada e dissoluta com a abstinência ou a desordem nessas relações."
Aqui Nietzsche trata a fantasia da relação sexual como desenfreada, vê como uma sublimação, que se for canalisada pode ser usada para a criação de outras coisas.
"O olhar do santo, dirigido ao significado, terrível em todo o aspecto, da breve existência terrena, à proximidade da decisão final sobre infinitos espaços de nossas vidas, esse olhar em brasa, num corpo semi-aniquilado, fazia tremer os homens antigos em todas as profundezas; olhar, desviar o olhar com horror, de novo sentir o encanto do espetáculo, abandonar-se a ele, saciar-se com ele até a alma estremecer com ardor e calafrio - este foi o último prazer que a Antiguidade inventou, após ter se tornado insensível até mesmo à visão das lutas entre homens e animais."
Nietzsche trata o prazer que nasce do próprio mundo antigo, o último prazer que a Antiguidade inventou foi o olhar do santo, que nasceram com anseios de domínio.
Questão: Nietzsche já quer trazer a vontade de poder para o controle de si?
Aqui ainda não, a partir de Aurora fica mais explícito. No fundo Nietzsche tem um fascínio, uma ideia apenas.

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