Reunião do dia 08 de Abril de 2016
A obra Para além de bem e mal,
é a primeira em que Nietzsche amarra seus conceitos de forma coesa. Este livro
transita em meio aos temas já tratados em Assim
falou Zaratustra, mas dessa vez em forma não-literal. Deixando introduções
de lado, partiremos então para uma pequena análise do aforismo que inicia o
capítulo 8 intitulado Povos e Pátrias.
Nietzsche trata nesse trecho acerca da música de Wagner e do povo alemão.
Wagner que antes era visto em O
nascimento da tragédia como o representante da modernidade e do espírito
trágico dos gregos (que modernizaria a Europa), agora é visto como uma
expressão da cultura alemã em que estava inserido, capaz de levar a Europa a
lugar algum. Para melhor esquematizar o pensamento nietzschiano, vamos
relembrar alguns pontos importantes abordados em O nascimento da tragédia: Nesta obra Nietzsche ainda estava
inserido no movimento romântico com vasta bagagem intelectual herdada de
Schopenhauer, nessa época ele estava preocupado em descrever uma possível
revolução através da arte. Através de Wagner o autor conseguia enxergar o
espirito dionisíaco dos gregos. Em 1876 o filósofo do martelo atualiza seu
pensamento e começa a desvincular-se da filosofia schopenhaueriana. A partir
disso, Nietzsche exprime em seus textos a importância em que a arte tem em seu
esquema filosófico, onde a música é a arte por excelência capaz de mover
multidões. Wagner que antes seria capaz de atualizar o povo através de seu
trabalho, agora apenas exprime o que o povo é através de sua música.
A arte possui um papel fundamental para a filosofia nietzschiana e, dessa
forma, o aforismo 240 apesar de breve exprime a evolução do pensamento do
autor.
Beatrís Seus
Beatrís Seus
Imagem: Fotocópia retirada do Nietzsche Source - nietzschesource.org